sexta-feira, 4 de março de 2011



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Vão-se as máscaras e ficam os filhos

Neste carnaval você pode escolher entre o ser e o representar

Existe um velho ditado popular que diz: "Vão-se os anéis e ficam-se os dedos!" Fazendo um trocadilho, podemos dizer que, no carnaval, vão-se as máscaras e ficam....?

Nas máscaras caídas, após uma grande noite de carnaval, podem ser encontrados pedaços de pessoas. Olhando mais de perto, encontramos as lágrimas daqueles que saíram envolvidos por uma máscara e, por alguns dias, se transformaram em grandes atores fazendo o papel de uma vida que não lhes pertencia, e por fim, caíram no chão, como o resto de suas fantasias.

A palavra "persona", no uso coloquial, significa um "papel social" ou "personagem" vivido por um ator. É uma palavra italiana derivada do latim e que se refere a um tipo de máscara feita para ressoar a voz do ator (per + sonare = "soar através de"), permitindo que fosse bem ouvida pelos espectadores, assim como dar ao ator a aparência exigida pelo papel. A máscara é usada para fazer ecoar um personagem.

Personagens, no entanto, são os objetos de uma história. Pode ser um homem ou animal, mas sempre é um ser fictício, um objeto ou qualquer coisa que o autor quer representar.

Personagens são encontrados em obras de literatura, cinema, teatro, televisão, desenho, videogames, marketing. Existem para isso, ou seja, são seres irreais que dão forma a uma ideia. Nós não somos personagens, não precisamos de máscaras para inventar nossas histórias, não precisamos nos servir delas para que a nossa voz seja ecoada. Pois Deus nos criou à Sua imagem (cf. Gn 1,27), por essa razão, não devemos agir como escravos das máscaras que fomos colocando ao longo da vida.

Neste carnaval você pode escolher entre o ser e o representar, mas lembre-se de que todos nós somos frutos de nossas escolhas e devemos conviver com as consequências delas. Não são poucos jovens que, durante estes dias de festa, se decidem por representar com o uso das drogas, da violência e do sexo desregrado e sem limites e, no final de 4 dias de “folia”, o ser está despedaçado, como objetos que foram usados e depois jogados fora.

Portanto, ao longo do caminho, mesmo que pedaços de nós estejam no chão, somos chamados a recolher nossos cacos, levantar a cabeça, e recomeçar, sem máscaras, livres, pois, já não somos mais escravos, mas sim, filhos; e, como filhos, também somos herdeiros: isso é obra de Deus (cf. Gl 4,7).

Assim, vão-se as máscaras e ficam os filhos, eleitos, livres, criados à imagem e semelhança do Pai.

Ricardo Gaiotti Silva
Advogado, missionário da Comunidade Canção Nova



Fonte:http://www.cancaonova.com.br/portal/canais/formacao/internas.php?e=12215

CÓDIGO FLORESTAL


CÓDIGO FLORESTAL

Se há um assunto que precisa ser bem pensado é o Código Florestal. Ele implica com o meio ambiente. Mas implica também com a viabilidade da agricultura. E em decorrência, com a produção de alimentos e com a sobrevivência de milhões de agricultores.



D. Demétrio Valentini, bispo diocesano de Jales e presidente da Cáritas Brasileira


Se há um assunto que precisa ser bem pensado é o Código Florestal. Ele implica com o meio ambiente. Mas implica também com a viabilidade da agricultura. E em decorrência, com a produção de alimentos e com a sobrevivência de milhões de agricultores.


A abordagem deste assunto requer equilíbrio e bom senso. É necessário levar em conta o conhecimento científico e as advertências da ecologia sobre a preservação do meio ambiente. Mas é preciso igualmente levar em conta os grandes avanços tecnológicos da agricultura, que possibilitam agora colocar em outros termos a preservação ambiental.


Por isto, o Código Florestal não pode se abrigar debaixo de uma bandeira única. Seja ela bandeira dos ecologistas. Ou bandeira do agronegócio. Ou bandeira dos agricultores familiares. Ele precisa atender ao mesmo tempo a todas as demandas legítimas dos diversos reclamos que devem encontrar audiência num novo Código Florestal, que leve em consideração o conjunto dos aspectos a serem devidamente contemplados.


Uma das evidências que salta aos olhos, e precisa ser levada em consideração, é a grande diversidade de solos existentes no território brasileiro. Um Código Florestal sábio e adequado precisa ter como ponto de partida esta diversidade, que não pode ser impunemente padronizada. Precisa ser um código que comporte adequações e averiguações de circunstâncias. O assunto tem semelhança com os biomas. Demorou tanto para dar-nos conta da diversidade de biomas existentes no Brasil. O retrocesso real seria agora um Código 
Florestal que ignore esta diversidade.


Outra evidência é o avanço tecnológico na agricultura, já amplamente assimilado, sobretudo a grande diferença que faz o plantio direto, pelo qual se evita a erosão. Há certos dispositivos do atual Código Florestal que demonstram completo desconhecimento desta nova técnica, que veio revolucionar o cultivo de grãos em nosso país.


Com o plantio direto fica mais do que superada a prescrição de não utilizar para a agricultura os solos que tenham 45 por cento de inclinação. Os agricultores que constatam esta distorção se irritam justamente, e passam a desacreditar da validade do atual Código. Na verdade, se aplicados estes dispositivos, ficariam inviabilizados milhões de pequenos empreendimentos agrícolas, provocando um problema social inútil e de grandes proporções, que precisa ser evitado a todo custo, em última análise pela responsabilidade da Presidência da República.


Tive o cuidado de fazer uma breve pesquisa. No pequeno município denominado Sul Brasil, no Oeste Catarinense, na região de Chapecó, o Prefeito empreendeu um amplo programa de preservação do solo, em vista da viabilização da agricultura, atividade de quase todos os 3.500 habitantes, num território de 114 quilômetros quadrados. Pois bem, em todo o pequeno município foram encontrados 83 veios de água, que formam “sangas”, que demandam aos córregos Pesqueiro e Burro Branco, que delimitam o município. De comum acordo, a prefeitura incentivou os agricultores a preservarem as margens, numa largura de dez a doze metros, em vez dos 30 que o Código prescreve. A solução, incentivada pela Prefeitura que forneceu gratuitamente o arame farpado para as cercas, ficou de bom tamanho, e os agricultores de Sul Brasil continuam, como brasileiros imbatíveis, cultivando com competência e com amor a terra que os acolhe e responde com generosidade ao seu nobre trabalho.


Esta foi a solução para Sul Brasil. Cada município precisa encontrar a sua. E quem quiser opinar sobre o Código Florestal precisaria primeiro passar pelo teste de distinguir entre “fonte”, “vertente”, “sanga”, “córrego”, “riacho” e rio.


Se fosse urgir a aplicação do atual Código, ficaria inviabilizado não só o município de Sul Brasil, mas grande parte do Oeste Catarinense, e muitas outras regiões do País. O debate em torno das mudanças a serem introduzidas no novo Código Florestal exigem competência e responsabilidade.


Fonte:http://174.132.163.66/~caritas/novo/2011/02/24/codigo-florestal/


CF-2011 - Debate sobre meio ambiente é componente importante da cidadania

Arcebispo brasileiro comenta Campanha da Fraternidade


BELO HORIZONTE, sexta-feira, 4 de março de 2011 (ZENIT.org) - A Igreja católica no Brasil escolheu como tema de reflexão durante a Quaresma, no contexto da Campanha da Fraternidade, “a vida no planeta”.
Segundo o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a consideração da vida no planeta “nasce da importante e interpeladora motivação que toca a fé cristã e a cidadania na sua nobreza”.

“São muitos rostos sofredores por esse mundo afora clamando solidariedade. O olhar lançado sobre a natureza é a referência fundamental para fazer brotar e recuperar sensibilidades”, afirma o arcebispo, em artigo divulgado à imprensa nesta sexta-feira.

Segundo Dom Walmor, é preciso “conscientizar, em relação aos resultados, que as mãos humanas estão produzindo e contribuindo nas mudanças climáticas que têm ocasionado sérios desastres na natureza e na vida de todos”.

“É componente importante da cidadania o debate dos aspectos envolvendo o meio ambiente. As questões são, na verdade, muito complexas. Basta considerar as diferentes posições, não só entre ativistas e governantes, como também no meio científico.”

“Ainda que seja razoável pensar que as mudanças climáticas seguem ciclos próprios da natureza, é inquestionável que a derrubada de florestas, a poluição produzida e outros fatores advindos das ações humanas estão incidindo sobre o planeta e interferindo nas mudanças do clima”, afirma o arcebispo.

Segundo Dom Walmor, a reflexão cidadã, portanto, “tem importância e grande influência no contexto. Envolve a todos, além de fomentar um processo educativo que proporcione amadurecimento e modificações radicais no tratamento dado à natureza e a tudo o que ela oferece para o bem de todo o mundo”.

O arcebispo recorda que a Campanha da Fraternidade “investirá na mobilização de pessoas, comunidades, Igrejas, segmentos religiosos, enfim, em toda a sociedade, para avançar na superação de tantos problemas socioambientais, formando condutas fundamentadas nos valores do Evangelho”.

“Nesse processo de educação ambiental quer também desenvolver a profecia que está no centro dessas considerações. Suscitar posturas corajosas de denúncias, apontando responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes de equivocadas escolhas e das atitudes de cidadãos, empresas e governos.”

O arcebispo afirma que “é inquestionável que muitas atividades do ser humano incidem nas mudanças que estão vitimando o planeta”.

O convite à conversão – prossegue Dom Walmor – “é oportuno e necessário, pode alcançar o mais recôndito do coração humano até inspirar mudança de conduta, particularmente em relação a posturas, tratamentos e consumo dos bens da natureza no nosso rico planeta Terra”.

“Permanece o desafio de repensar o atual modelo de desenvolvimento, em razão dos comprometimentos produzidos. E também da fomentação de modos de viver e da criação de demandas que estão configurando uma cultura na contramão da vida saudável e mais autêntica.”

“A agenda de temas pertinentes em face de mudanças significativas é ampla, inclui questões em torno da água, do tratamento de biomas, do êxodo rural, dos escândalos da miséria, da sustentabilidade como novo paradigma civilizacional”, afirma. 



O desafio “é tão grande que pode levar muitos a fechar os olhos”. “É preciso abrir a mente e o coração para o forte apelo que ressoará mais potente no tempo da Quaresma, o convite de Jesus: ‘Convertei-vos’!”  


Fonte: http://www.zenit.org/article-27412?l=portuguese

Em novo livro o Papa fala sobre os judeus, Judas e a Última Ceia



Roma, 03 Mar. 11 / 11:27 am (ACI/EWTN Noticias)

Em seu novo livro, a segunda parte de "Jesus de Nazaré", o Papa Bento XVI demonstra uma vez mais que o estudo científico das Sagradas Escrituras pode e deve estar sempre acompanhado de uma atitude orante que permita uma aprofundamento claro sobre os mistérios da vida do Senhor.

De maneira inesperada o Escritório de Imprensa do Vaticano e o L'Osservatore Romano deram a conhecer ontem alguns extratos do livro, uma semana antes da apresentação do texto, que será no Vaticano no dia 10 de março, e que trata os últimos dias de Jesus desde sua entrada a Jerusalém até sua ressurreição.

Estes extratos se referem a Judas, a data da Última Ceia e o juízo de Cristo ante Pôncio Pilatos.

Sobre os judeus durante o juízo de Jesus, o Papa afirma que no Evangelho de São João, esta designação sobre quem instigou a morte do Senhor não deve ser interpretada como algo "racista" ou uma condenação contra o povo do Israel.

"Depois de tudo, João mesmo era etnicamente um judeu, como também eram Jesus e seus seguidores", precisa o Papa. "Toda a primeira comunidade cristã estava formada por judeus. No Evangelho de João estas palavras têm um significado claro e definido: ele está se referindo à aristocracia do Templo".

Sobre a crucificação do Senhor, o Santo Padre assinala que "os cristãos recordarão que o sangue de Jesus fala um idioma distinto ao do sangue de Abel: não clama por vingança ou castigo, traz reconciliação. Não se derrama contra ninguém, derrama-se por muitos, por todos... À luz da fé... estas palavras não são uma maldição, mas redenção e salvação".

Quanto à traição de Judas, Bento XVI assinala que sua história é relevante para os cristãos de todos os tempos.

"A traição de Judas não foi a última infidelidade que Jesus teve que sofrer... A ruptura da amizade se estende até a comunidade sacramental da Igreja, onde as pessoas seguem tomando o 'seu pão' e traindo-o", escreve.

Judas sabia que tinha pecado ao entregar ao Senhor, entretanto "já não acreditava no perdão" para si. "Seu remorso se transforma em desespero. Mostra-nos o tipo equivocado de remorso: o tipo que é incapaz da esperança. (...) O remorso genuíno está certamente marcado pela certeza da esperança nascida da fé no poder superior da luz que se fez carne em Jesus".

O Papa também escreve sobre a data da Última Ceia, um tema tratado por diversos peritos desde os primeiros tempos do cristianismo.

Os quatro evangelhos estão de acordo ao assinalar que Jesus morreu uma sexta-feira, antes de anoitecer e ao início do Sabbath judeu. Entretanto, segundo o evangelho de São João, Jesus foi condenado ao mesmo tempo que os cordeiros para a Páscoa eram sacrificados no Templo judeu. Isso significaria que morreu antes da Páscoa, ao contrário do que dizem os outros evangelistas.

Sobre este tema o Papa recomenda "com certas reservas" a solução proposta pelo Pe. John Meier, um perito em Bíblia nos Estados Unidos e autor do estudo em quatro volumes: "Um judeu marginal: Repensando o Jesus histórico".

Meier conclui que nenhum dos quatro Evangelhos apresenta a Última Ceia de Jesus como uma ceia tradicional de Páscoa. Em outras palavras, é provável que Jesus tenha sido crucificado antes da Ceia de Páscoa que se celebrava esse ano, consistente então com o relato de João.

A Última Ceia, escreve o Papa, "foi a Páscoa de Jesus. E neste sentido celebrou e não celebrou a Páscoa: os antigos rituais poderiam não ter sido cumpridos porque ao chegar a hora Jesus já havia morrido. Mas na realidade Ele se entregou, e então verdadeiramente tinha celebrado a Páscoa com eles. O antigo não foi abolido, foi levado ao seu pleno significado".


Fonte: http://www.acidigital.com/noticia