quinta-feira, 31 de março de 2011

frase do dia


"Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer."

CF-2011 - O pecado e sua dimensão ecológica



 180. As criaturas foram chamadas à vida por Deus Criador por amor, num ato de doação de vida. E, mesmo envolvendo-as com sua presença, Deus respeita os seres criados em sua justa autonomia e liberdade. Esta condição é indispensável para que o homem e mulher, queridos e criados por Deus, também pudessem amar. O amor é também condição para que cumprissem a missão de cuidar da obra realizada pelo Criador, a qual exige doação e entrega. E não se pode simplesmente exigir isto de alguém, tal empenho requerido por Deus ao homem, passa por um coração que ama.

181. No entanto, esta mesma liberdade entrevia a possibilidade do pecado, ou do uso da liberdade para se negar a via do amor, cuja consequência é o rompimento da confiança em Deus e nos demais seres. “Ninguém pode hospedar a quem lhe traiu a confiança e ninguém permanece hospedado com alguém a quem ofendeu. O livre ato humano impossibilita a continuidade do shabbat: a festa é interrompida abruptamente”[1]. Em consequência o homem e a mulher vão se emancipar de Deus, ou passam a viver num estado de autonomia que implica separação de Deus e autoafirmação em si mesmos. Neste estado, já não acolhem o chamado de Deus para cooperarem com o seu projeto, e se fecham cada vez mais em um mundo próprio em descordo com a palavra do Criador. Neste sentido, vão conhecer uma degradação cada vez maior, como podemos vemos na sequência dos primeiros capítulos do livro do Genesis.

182. Na crise ambiental atual, fica patente o poder destruidor do pecado. É o mesmo poder que nega ou deturpa a relação dialógica com o Deus da Vida e do Amor, as relações entre homem e mulher bem como as outras relações entre os seres humanos (comunitárias, políticas, econômicas, etc.). É o mesmo poder mortífero cristalizado em estruturas sociais injustas e em modos de produção-consumo destruidores do meio ambiente. A alienação do ser humano em relação ao projeto de Deus sobre a humanização, manifesta-se na sociedade injusta e opressora e na utilização abusiva e destruidora da natureza.

183. Nessa visão integrada do ser humano, a salvação oferecida pelo Deus da revelação bíblica afeta o ser humano em todas as suas dimensões. O universo inteiro possui uma dimensão crística. A encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo possuem um significado cósmico, totalmente universal. A libertação da natureza, manipulada abusivamente pelo ser humano, está incluída na libertação do pecado humano para a vivência da liberdade concretizada no amor-serviço. Inclui as relações responsáveis e solidárias com as outras criaturas. Hoje, fica cada vez mais claro que a salvação do ser humano é inseparável da salvação da criação toda (Rm 8, 19-23). O destino de ambos está intimamente unido.

Fonte: Texto Base da CF 2011


Postado por Laércio








quarta-feira, 30 de março de 2011

Brincar de Deus


Dom Anuar Battisti

Diante de situações bem pessoais, onde entra em jogo os interesses de realização, o desejo de fazer só o que gosto, de buscar aquilo que considero “bom” e penso que mereço; diante de tudo o que faço, penso e sinto que seja bom para mim, cultiva-se um leve sentimento de soberania e autossuficiência. No caminho de realização pessoal, não pode existir apenas o “eu”, como centro das atenções. Precisamos dar abertura para o outro, aquele que faz o mesmo ou outro caminho.

Ao lado destes sentimentos de autonomia e autorrealização, pode existir a ganância de superioridade, galgando os degraus da independência. Depender do outro parece coisa do passado ou de gente ignorante. Ninguém veio ao mundo sozinho, dependemos em tudo, até o dia do encontro definitivo com o Criador.

No livro “A Cabana”, Wilian P. Young relata um diálogo entre Mark e Sarayu, que faz o papel do Espírito Santo. Mark diz: “Agora posso ver que gastei a maior parte do meu tempo e da minha energia, tentando adquirir o que eu achava que era bom, como segurança financeira, a saúde, a aposentadoria, ou sei lá o quê. E gastei uma quantidade gigantesca de energia e preocupação temendo o que determinei que era mau.

E Sarayu, com gentileza disse: Quanta verdade há nisso! Lembre-se: Isso permite que vocês brinquem de Deus em sua independência. Por essa razão, uma parte de vocês prefere não me ver. E vocês não precisam de mim para criar uma lista do que é bom e ruim. Mas precisam de mim, se tiverem qualquer desejo de parar com essa ânsia tão insana de independência. Então pergunta Mark: Há algum modo de consertar? Você deve desistir de seu direito de decidir sobre o que é bom e ruim e, escolher viver apenas em mim (Espírito Santo). É um comprimido difícil de engolir. Para isso, você deve me conhecer o bastante, a ponto de confiar em mim e aprender a se entregar à minha bondade infinita”.

O discernimento entre o que é bom e mau no direito de decidir, só pode ser alicerçado nos valores que vão além do humano pensar e sentir. Não existe realização pessoal ou satisfação em viver, sem que haja um relacionamento firme e decidido com a luz de Deus e seu Espírito.

Quantos erros cometemos com consequências negativas incalculáveis a nível pessoal e comunitário, porque nos colocamos como deuses e senhores de nós e dos outros. Somos o que somos por graça, e se “de graça recebemos também de graça devemos dar”. Devemos dar de nós mesmos, na abertura ao outro, a fim de baixar o nível de independência e construir juntos o bem, que não está longe de nós.

Parece brincadeira, mas tem muita gente brincando de Deus. Diante da Palavra ficamos calados, pois “não é aquele que diz: Senhor, Senhor que entrará no Reino, mas aquele que faz a vontade do Pai Deus”. O esquecimento de que somos criaturas e não criadores, colocados no mundo para povoar e aperfeiçoa a criação, faz com que, os absurdos da independência humana tomem lugar do respeito e do amor à criação e ao Criador.

Deturpamos com a maior tranqüilidade o fim pelo qual existimos e somos. Perdemos o grande horizonte da vida humana que é a busca de perfeição, e nos perdemos em meio às coisas passageiras tentando trazer para o aqui e agora, o que está reservado no paraíso. Como diz Willam P. Young: “Comprimido difícil de engolir”, principalmente quando a pessoa humana brinca de Deus. Ainda é tempo, você sabe que só tem um, descer do seu pedestal de criador e assumir a sua condição de criatura.


Fonte: http://www.cnbb.org.br/

CF-2011 - São Francisco e a criação



 189. São Francisco é hoje um modelo para os que buscam uma relação mais qualitativa em relação às criaturas, pois cresce a consciência de que há relações que as degradam, acarretando também a degradação do ser humano. Existe uma interrelação entre o ser humano e as criaturas, como soube expressar São Paulo:
“De fato, toda a criação espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus; pois a criação foi sujeita ao que é vão e ilusório, não por seu querer, mas por dependência daquele que a sujeitou. Também a própria criação espera ser liberta da escravidão da corrupção, em vista da liberdade que é a glória dos filhos de Deus. Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto” (Rm 8, 19-22).

190. Por atitudes de arrogância e autosuficiência dos homens exploraram exaustivamente a natureza e a destruíram, depredaram, aniquilaram, extinguiram espécies e poluíram o ar e as águas. Assim, não foram respeitosos ao Criador que ao ser humano reservou a função de cuidar do seu jardim e de todas as criaturas[1]. Nesse sentido, é necessário que se desenvolvam novas atitudes para com a criação que se constitui em um dom de nosso Deus

191. Em relação à posse, esta relação é também muito perigosa, pois pela posse, o detentor de poder desqualifica o significado ou identidade dos seres em geral, entendendo-os como meros objetos para servir à intenção ou à necessidade de quem os possui. São Francisco soube contemplar e valorizar as coisas pelo que eram e pelo valor mais profundo que apresentavam como criaturas de Deus[2].

192. O uso das criaturas para o nosso sustento e sobrevivência é imprescindível e se o homem foi colocado como o zelador das coisas, de outro, também é verdade que tudo lhe ficou à disposição. O problema está no uso indiscriminado, na gastança desmedida, no consumismo desenfreado, muitas vezes de coisas supérfluas. É necessário resgatar a sobriedade no consumo dos bens necessários à dinâmica da vida e evitar desperdícios. São Francisco soube cultivar esta sobriedade no uso das criaturas, como podemos ver no fato de mandar o lenhador cortar apenas os galhos secos das árvores para que continuassem produzindo[3].

193. A transformação está ligada ao trabalho, à atividade mediante a qual os seres humanos operam transformações de materiais ou de seres em outras realidades segundo sua intenção e necessidade. Hoje vemos que as transformações muitas vezes
somente vão atender à necessidade de se manter ativa a roda do consumismo, com a produção do supérfluo. No entanto, esta atividade deve visar à vida e à sua justa manutenção.

194. Resgatar São Francisco neste contexto de nossas relações com as criaturas da natureza significa valorizar suas atitudes. Primeiramente, a pobreza, que neste santo significou a não-posse, reverteu-se em redenção para as criaturas, e lhe possibilitou pelo olhar contemplativo alcançar o que eram realmente, a ponto de lhes chamar de irmãs e irmãos. A razão é simples, em última análise este olhar purificado de poder e lucro, revela que as criaturas são dom de Deus e também portam sinais do Criador.

195. Por isso, São Francisco purificado interiormente pela ação do Espírito que o conduziu a renúncias, como posse e dominação, ao contemplar a natureza, nela somente via reflexos da imagem de Deus, de sua bondade e beleza. Assim, as criaturas não se constituem em obstáculos para se encontrar Deus e amá-lo[4].

196. Assim, a contemplação deste santo não era pautada simplesmente pelo fator racional, mas se deixava levar pelos seus sentimentos, por sua sensibilidade, até o ponto de realmente amar as criaturas, afinal, havia feito a descoberta de que elas eram também suas irmãs. Em consequência, nele brotou um respeito
impressionante por todos os seres criados e soube viver de modo perfeitamente integrado a este universo, numa grande fraternidade com todo o universo criado por Deus. São Francisco, disse um de seus biógrafos, descobriu os segredos do coração das criaturas, às quais chamava de irmãs, porque já parecia gozar a liberdade gloriosa dos filhos de Deus[5].

197. Que a oração em que São Francisco louva a Deus pelas criaturas, nos inspire novas atitudes e nos ajude a ser transformados pelo Espírito de Deus de modo a resgatarmos atitudes de quem cultiva e cuida do seu jardim, esta obra maravilhosa, que hoje requer socorro dos autênticos filhos de Deus, e de todos aqueles que empreendem ações sinceras e despojadas em prol do planeta.

CF-2011 - A criação está gemendo como em dores de parto

19. De fato, toda a criação espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus; 
20. pois a criação foi sujeita ao que é vão e ilusório, não por seu querer, mas por dependência daquele que a sujeitou. 
21. Também a própria criação espera ser libertada da escravidão da corrupção, em vista da liberdade que é a glória dos filhos de Deus.
22. Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto,

(Rm 8,19-22)


CF-2011 - A natureza e a proposta de Jesus

Jesus, como missionário itinerante, movimentou-se por inúmeros lugares e diversificadas paisagens. Seus ensinamentos possuem forte vinculação com a natureza: ela é uma das principais fontes de inspiração para sua proposta. Jesus demonstra possuir profundo senso de observação do seu ambiente vital. Dessa realidade extrai a maioria de suas parábolas, meio privilegiado para despertar uma nova consciência em seus interlocutores. “A fonte de sua sabedoria pode ter sido vista como uma profunda consideração do mundo natural e seus processos, conduzida à luz das escrituras hebraicas e do Deus criador de que elas falam” (Freine, 2008, p. 46). 


Jesus herdou de sua tradição religiosa a concepção de Deus como Criador e capta a sua presença nos mínimos aspectos da natureza e nos gestos aparentemente insignificantes das pessoas sem projeção social. É revelador da sua fé e da sua atitude de profunda contemplação aquele momento em que se dirige ao Pai em ação de graças: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra...” (Mt 11,25). O Pai é cuidador da vida de seus filhos e proporciona todos os recursos necessários para a vida de cada um deles, também dos pássaros do céu e dos animais do campo.
A providência divina, tão evidente em toda a natureza, está vinculada ao cuidado que o ser humano deve ter com todas as coisas. 


Jesus convida a sua audiência a considerar os lírios do campo, cuja vida é tão breve, e os pássaros no ar, que, aos olhos dos homens, têm pouco valor por conta do seu grande número. Não obstante, em ambos os casos, Deus provê as necessidades deles. No interior dessa “cadeia do ser”, os seres humanos podem ter um lugar especial, mas isso não deve levá-los a ignorar o cuidado que Deus tem pelos elementos em aparência mais insignificantes do seu mundo criado, do qual também
são parte (Freine, 2008, p. 45). 


A providência divina está, portanto, intimamente ligada à ética social. Herdeiro da legítima tradição profética de Israel, Jesus condena veementemente a exploração econômica, a concentração dos bens e toda forma de dominação. Em sua missão em favor das pessoas marginalizadas, deixa claro não ser possível “servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). Relaciona-se com todas as criaturas, respeitando a dignidade de cada ser. É só abrir o Evangelho e observar, em cada texto, como Jesus vive e apresenta a sua proposta de vida digna sem exclusão. Por meio dos cinco sentidos próprios de todo ser humano, ele expressou seu amor cotidianamente, construindo relações de fraternidade e de justiça. Seus olhos, ouvidos, tato, olfato e paladar revelam sua maneira característica de ser portador da graça divina em todo lugar e em toda circunstância. Sua prática transformou-se em caminho para uma vida verdadeiramente humana, que ele chamou de “reino de Deus”.

Celso Loraschi ( Professor de Evangelhos Sinóticos e Atos dos Apóstolos no Instituto Teológico de santa Catarina , florianópolis.

Fonte: http://www.paulinos.org.br/novo/vidapastoral

terça-feira, 29 de março de 2011

Busca de Orações

CF-2011 - Brasileiros fazem caminhada da Campanha da Fraternidade em Roma


Representantes dos Religiosos Brasileiros em Roma (RBR) e da Comunidade brasileira Nossa Senhora Aparecida realizaram, no domingo, 27, a tradicional caminhada da Campanha da Fraternidade pelas ruas de Roma.

O encontro teve inicio às 7h30 com a celebração Eucarística na Basílica Santa Maria Maggiore. Os religiosos expressaram sua sintonia com a Igreja no Brasil refletindo e rezando o tema da Campanha da Fraternidade 2011 “Fraternidade e a Vida no Planeta”.

A cor verde-amarela e as canções alegres atraiam a atenção dos turistas ao longo das ruas da cidade. O encontro terminou com a oração do Ângelus na Praça São Pedro onde os participantes receberam uma palavra de alento do papa Bento XVI.

Religiosas e religiosos de países como Itália, Alemanha, Filipinas e Áustria que realizaram experiência missionária no Brasil se juntaram ao grupo. A irmã Laura Cantoni, da congregação das Missionárias da Imaculada que trabalhou de 2000 a 2010 na periferia da cidade de Manaus e em uma equipe itinerante com os povos indígenas na região de Maués, no interior do Amazonas disse haver se “encontrado de novo no mundo brasileiro num momento de espiritualidade e fraternidade”.

A portuguesa irmã Maria da Conceição Ribeiro, conselheira geral da Congregação das Irmãs Dorotéias juntou-se ao grupo pela primeira vez e considerou a via sacra “muito original e significativa por ter conseguido fazer algo relacionado com a criação, a ecologia e as preocupações do cuidado da vida no planeta”. “Acho que os brasileiros são criativos e sensíveis a natureza e à vida da terra, até porque vivem em um país com problemas tão grandes relacionados à natureza e à criação”, acrescentou.

 O superior Geral da Congregação dos Rogacionistas, padre Angelo Mezzari, também caminhou com o grupo. “É para mim uma alegria poder encontrar com os amigos religiosos do Brasil e sentir-se parte desta fraternidade. Ao mesmo tempo é uma oportunidade de sintonizar-se com a temática do cuidado com a terra, a vida e as criaturas. Não se trata só de uma temática da Campanha da Fraternidade do Brasil, mas de uma questão fundamental para a vida humana na terra”.


O silêncio é o porteiro da vida interior


O silêncio é o porteiro da vida interior
Fazemos barulho para não escutar os gritos do nosso interior

Muito me incomoda em nossos tempos modernos o barulho generalizado, ou seja, a
falta de silêncio interior e exterior também, para podermos rezar, tomar
decisões, escutar a Deus, a si mesmo e aos outros. Outro dia, fui ao Santuário
Nacional de Nossa Senhora Aparecida e li numa das colunas internas do local o
apelo: Silêncio é também oração! Parece que diante de tudo que a gente vive é
necessário falar o tempo todo, pouco se faz silêncio, um dos motivos, penso eu,
é que, na verdade, nós temos medo do que vamos ouvir, por isso, o silêncio nos
incomoda tanto. E também porque, nos tempos de hoje, não educamos as pessoas
para ouvir, vivemos em meio à muita informação e pouca comunicação.

Antes mesmo de entrar no tema da ORAÇÃO nos É verdade que o silêncio é
imprescindível para rezar, mas não só para isso. Para qualquer diálogo é preciso

escutar, calar e ouvir o outro

Existem alguns níveis de silêncio que fogem, muitas vezes, do padrão, pois
silêncio não é somente ausência de barulho.

É verdade que o primeiro nível do silêncio é o exterior, que pode incomodar
muito e interferir em nossa vida e em nossa saúde. "Sem recolhimento não há
profundidade", e vivemos na superficialidade, fazendo muito barulho para não
escutar os gritos do nosso interior. O barulho das grandes cidades hoje é um
problema até de saúde pública, vemos muitas famílias procurando residências
afastadas dos grandes centros, em sítios e cidades menores. Há necessidade de
silêncio para descansar o corpo e a alma.

O silêncio interior é, antes de tudo, o mais necessário e imprescindível para o
ser humano, para o seu equilíbrio, para discernir e tomar decisões, para ouvir a

sua consciência. Mesmo porque haverá momentos em que, mesmo em meio a muitas
pessoas conversando, trabalhando, ou até se divertindo, isso não vai nos
incomodar pelo nível do barulho feito pelo silêncio interior existente em nosso
interior. Por isso, a ausência de barulho interior, agitação, nervosismo e
distração são essenciais para a vida de todo ser humano.

Esse estado de espírito se desenvolve em nós quando construímos e temos a PAZ.
Esta paz não é somente ausência de guerra, de confusão, de brigas; ela provém de

um caminho de maturidade e equilíbrio que vamos fazendo em nossa vida, de
escolhas, de pessoas que caminham conosco, pois o grupo ao qual nos associamos
pode nos tirar ou nos dar a paz. E isso influencia diretamente no nosso
interior, no silêncio ou no barulho e confusão que transmitimos.


Daí nós nos tornamos promotores da paz ou da confusão, do silêncio ou do
barulho.
"Shalom" é o nome da paz do Ressuscitado, uma PAZ completa que atinge o corpo e
a alma de cada homem e mulher, ultrapassa as condições externas e nasce de uma
experiência interior, de uma coragem de encarar a vida e de escutar as vozes de
dentro e de fora. Jesus disse para os discípulos, com medo e escondidos no
cenáculo, depois da experiência traumatizante da cruz: "Deixo-vos a Paz, a minha

paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso
coração" (Cf. João14, 27). Quando Deus visita o interior de nosso coração nasce
a Paz, o SILÊNCIO e a Coragem.

Por isso, silêncio não é somente uma questão de "PSIU"! E como é chato ter a
necessidade de fazer ou ver e ouvir alguém colocando o dedo indicador na boca e
fazendo esse barulho [PSIU], que mais irrita do que resolve. O que resolve, na
verdade, é a Paz, o "Shalom" que é a mãe do silêncio interior, que transborda
para nossa vida exterior. Desejo para você a Paz, para que possa ter o silêncio
e as condições de decidir e viver melhor a sua vida! Se o silêncio é o porteiro
da vida interior, façamos com coragem essa viagem preciosa da mente ao coração.
Ao mundo desconhecido de nossa alma, de nossa consciência sem medo do que vamos
encontrar: dos monstros e das situações do passado e do presente, sentimento de
inferioridade e tantas outras coisas que guardamos dentro de nosso interior e
que o barulho sufoca essas situações de se manifestar e ser resolvidas.. Nós
aprendemos a falar porque escutamos nossos pais e irmãos falando e começamos a
dizer as primeiras palavras. É necessário escutar bem para falar bem e na hora
certa. É necessário ouvir para aprender. Silenciar para se ter coragem para
reconhecer o homem interior. É uma viagem tão pequena a que é feita da mente ao
coração, mas nós temos um medo muito grande de realizá-la, porque não sabemos o
que vamos encontrar. Por outras vezes, porque o sabemos, não temos coragem de
nos recolher no coração e deparar com alguns monstros bem conhecidos.exercícios
espirituais de conversão, percebo o quão necessário é silenciar. Mesmo porque,
se oração é dialogo, é fundamental que ela seja intercalada por profundos
momentos de silêncio. Este tem a função de abrir espaço para a Palavra do
Senhor, Sua direção e Suas moções, mas também abre espaço para que ouçamos a nós

mesmos e aos irmãos.

Sem recolhimento não há profundidade; sem silêncio não se ultrapassa a porta
deste mundo interior que está em nosso coração e precisa vir para fora. E você
verá que, o conhecendo, encontrará mais surpresas agradáveis.Convido-o a rezar
comigo a oração: A Virgem Mãe do Silêncio:Oração:


Queremos amar nosso silêncio para evitar a calúnia, o ódio e o pecado, as
decisões sem pensar e calando dar testemunho de nossa fé. Queremos oferecer-te o

silêncio no qual vivemos para que todos te chamemos de Mãe e sejamos verdadeiros

irmãos, sem ódios, nem rancores, como filhos teus. Pedimos que traduza nosso
arrependimento, nossas palavras quando não conseguimos expressar diante do teu
Filho, na hora das decisões, das escolhas e na hora de nossa morte, para que na
outra vida, possamos ouvir e falar cantando tua louvação por toda a eternidade.
Amém.
"Sua mãe guardava todas estas coisas no coração"Virgem do Silêncio, tu que ouves

nossas vozes, ainda que não falemos, pois compreende no movimento de nossas mãos
a linguagem de nossos corações. Não te pedimos, Senhora, que nos dê a voz e o
ouvido para nossos corpos, mas sim que nos conceda entender a Palavra do teu
Filho e o discernimento dos espíritos e das situações. Chegar a Ele com amor
para salvação de nossas almas. (Lucas 2,51).



O que pensava D.Estêvão Bettencourt


Para confessar é preciso fazer algo ou é só chegar e falar os pecados?
 
A confissão é um sacramento, e para recebê-lo existe um rito próprio, e uma necessária preparação.
 
Portanto é preciso ter feito anteriormente um exame de consciência e uma oração de arrependimento que deve ser sincero.
 
Ao chegar ao confessionário saúde o sacerdote: “Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo!”, e faça o sinal da cruz ao chegar e ao sair. É bom começar dizendo há quanto tempo você confessou pela última vez, e como anda a sua freqüência na missa. Depois, é só “falar os pecados”, mas lembre-se: Jesus te ama! E é a própria pessoa de Jesus Cristo quem te ouve, e Ele te ama! E é por causa deste amor que Ele irá perdoá-lo, quando o sacerdote lhe der a absolvição. Também é preciso fazer a penitência necessária à reparação do erro que cometemos.
 
O local correto para a confissão é o confessionário, mas em outras situações a confissão pode assumir a forma de uma conversa bem franca — mas nunca virar “bate-papo” e nem seção de psicanálise!
 
A confissão é um sacramento, uma coisa sagrada e deve ser acolhido em um clima de respeito à santidade de Cristo que desce dos Céus até a nossa miséria só para te perdoar.

Fonte:http://peregrinosdejesus.org.br/leitura.php?id=58

segunda-feira, 28 de março de 2011

BISPOS E ARCEBISPOS QUE JÁ ADMINISTRARAM A ARQUIDIOCESE DE NATAL


Dom Joaquim Antônio de Almeida 

O primeiro Bispo de Natal, Dom Joaquim Antônio de Almeida, (1910-1915), veio do Piauí. Instalou o Seminário Diocesano e nomeou o Monsenhor Alfredo Pegado como reitor. Também criou o colégio diocesano e o confiou aos padres da Sagrada Família. Conheceu a situação religiosa do povo através das visitas pastorais às paróquias do interior, enfrentando longas viagens, que duravam meses seguidos, tendo o cavalo como condução. Restaurou a paróquia de São Gonçalo do Amarante e criou a paróquia de Taipu. Ordenou dez padres. Exerceu o seu múnus até 15 de junho de 1915, quando renunciou ao Bispado, depois de ter sofrido um derrame cerebral, enquanto fazia Visita Pastoral na paróquia de Canguaretama. Depois da renúncia, residiu em Goianinha-RN, em Bom Conselho-RN e em Macaiba-RN, onde faleceu a 30 de março de 1947.
Fonte: Pe. Normando Pignataro Delgado 

Lixo


“A maior necessidade do nosso tempo é eliminar a enorme massa de lixo mental e emocional que atulha nossas mentes e torna toda vida política e social uma doença em massa. Sem essa faxina, não podemos começar a ver. Se não vemos, não podemos pensar.” (Thomaz Mertom)

CF11 - AQUECIMENTO GLOBAL


 É uma mudança climática que traz consigo uma série de desdobramentos. Essa mudança acontece quando há alterações no valor médio da temperatura, para mais ou para menos.Essa ocorrência se deve a um fenômeno denominado de "efeito estufa".

O efeito estufa é uma espécie de "instrumento", mediante o qual a terra oferece uma temperatura media constante, necessária para a vida.
 
1.1 RELAÇÃO ENTRE O AQUECIMENTO GLOBAL E ATIVIDADES     HUMANAS
A terra vem se aquecendo desde o ano de 1750 período em que coincide com a implantação do sistema industrial de muitos Países além    das derrubadas e queimadas de árvores.
 
1.2 ATIVIDADES DO SER HUMANO QUE MUDARAM O PLANETA
A implantação do sistema industrial de produtos de bens de consumo.
 
Aumento da população mundial ultrapassa a 6,5 bilhões de pessoas.
 
Aumento da criação de gado- responsável em parte pela produção do gás metano.
 
 O uso da água- desigualmente distribuída.
 
1.3 A ENERGIA, TEMA CENTRAL NAS DISCUSSÕES SOBRE EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA.
O desenvolvimento econômico alcançado com a industrialização foi possibilitado por fontes energéticas renováveis e não renováveis.
 
As fontes não renováveis são combustíveis fosseis (carvão, petróleo, gás natural) e urânio, de onde obtemos energia por um processo de fusão nuclear.
 
Fazem parte das fontes de energia renováveis a energia solar, eólica, geotérmica (aproveita o calor das camadas inferiores da terra), energia dos oceanos, energia hidrelétrica e energia de biomassa.
 
A QUESTÃO ENERGETICA E O NEODESENVOLVIMENTO DAS POLITICAS PUBLICA
-Desmatamento da floresta Amazônica
- O agronegócio, estratégico para o neodesenvolvimento
 -O uso da tecnologia de produzir segundo o modelo industrial
 
 1.5 O ÊXODO RURAL, ÊXODO DA NATUREZA
 
-O inchaço humano na área urbana
-A busca por melhores condições de vida
-Convivem com as conseqüências das enchentes, deslizamentos, destruição de moradias

domingo, 27 de março de 2011

CF-2011 - "Olhai os lírios do campo...olhai as aves do céu".


"Aprendei dos lírios do campo: como crescem e não se matam de trabalhar, nem fiam. E, no entanto, vos asseguro que nem Salomão, em todo o seu esplendor, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens fracos na fé?... Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai as alimenta.


Ora, não valeis mais do que isso? Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode prolongar por pouco que seja, a duração de sua vida?... 
Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.


Não vos preocupes, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu mal..."Olha os lírios do campo..." (Mt, 6,27; Lc 12,12) "No princípio Deus criou o céu e a terra e viu que tudo era bom" (Gn 1).


Deus criou o homem e mandou que ele dominasse todas as criaturas. Disse a Noé ao sair da Arca que, com seus filhos desse uma nova ordem no mundo estabelecendo com eles uma aliança de paz, pois antes surgira a corrupção da humanidade.


Veio então o dilúvio. Novamente o orgulho e a ambição dominam o coração humano, mas com a bondade de Deus, o mundo se refez. No entanto, o coração do homem envaidece e todos dão início à Torre de Babel: a confusão de línguas e a dispersão dos povos. É sempre o homem transtornando a obra de Deus (Gn 9, 1ss; 11ss).


Deixou-nos, porém, Deus, o símbolo da aliança – o Arco-Íris – dizendo: "Quando o arco estiver na nuvem, eu o verei e me lembrarei da aliança eterna que há entre Deus e os seres vivos com toda a carne que existe sobre a terra". Da parte de Deus a promessa permanece, mas o homem continua destruindo a ordem estabelecida na criação do Universo, a Vida do Planeta.


A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011, proposta pela Igreja no Brasil – CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – quer, justamente, lembrar as palavras de São Paulo na Carta dos Romanos, 8,22: "A criação geme em dores de parto". A Vida do Planeta está sendo destruída pelas mãos do homem. Estamos sentido as mudanças climáticas e destruição em todos os cantos da Terra. A questão ecológica não encontra preocupação em grandes potências mundiais. O aquecimento global, fruto de um enriquecimento desumano, está aí com seus tremendos resultados.


Ninguém tem o direito de explorar de maneira irracional os bens naturais: água, minérios, florestas e tantos outros, deixando para traz um rastro de destruição e morte. Os gemidos dos povos – o mundo global – "sofre como em dores de parto": é a natureza destruída pela ganância de lucros rápidos com um sistema econômico destruidor e construtor de morte.


É o grito do mar dizendo que as ondas vão invadir a terra. É o vento enfurecido falando dos incêndios. Certamente assim, a continuar, com a destruição da natureza, Criação de Deus, dias terríveis virão. O planeta não suporta tanta destruição quando se visa apenas o lucro: florestas devastadas, queimadas abrindo lareiras imensas para plantação de "outras riquezas"...
Aí está o efeito estufa; aí está a destruição do meio ambiente. Vamos ouvir a admoestação da Campanha da Fraternidade: conservar, para nós mesmos, a VIDA DO PLANETA e obedecer a ordem de Deus: Dominar a Terra e não destruí-la, para o nosso próprio bem.


"Senhor Deus, nosso Pai e Criador, a beleza do Universo revela a vossa grandeza... e o eterno amor que tendes por todos nós. Pecadores que somos, não respeitamos a vossa obra... A beleza que criastes está sendo devastada e a morte aproxima-se do nosso Planeta..." criação geme em dores de parto". Perdoai-nos, Senhor! "Olhai os lírios do campo...olhai as aves do céu".

Dom Jaime Luiz Coelho
1º Arcebispo de Maringá


Fonte:http://www.odiario.com/opiniao/noticia/400733/campanha-da-fraternidade-2011/

Jesus e a samaritana


Artigo de Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO, domingo, 27 de março de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos artigo do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, divulgado nesse sábado à imprensa, intitulado ‘Jesus e a samaritana'.
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Durante estes dias da Quaresma, o nosso itinerário batismal tem neste domingo um sinal claríssimo sobre o sinal da Água e a importância do encontro com Jesus, o Cristo. Neste ano, de maneira especial aparece este sinal, que nos ajuda a caminhar para a renovação das promessas batismais na vigília pascal.

Este domingo, chamado da "samaritana", é o terceiro Domingo da Quaresma (cf.Jo 4,5-42). A hostilidade entre judeus e samaritanos conhecemos por outros episódios, como, por exemplo, o caso do chamado "bom samaritano". As relações entre judeus e samaritanos eram de hostilidade constante e a Samaria era considerada território impuro para o ambiente judaico, de modo que não se deveria cruzá-la durante os percursos das viagens.


Jesus quis passar pela Samaria como uma necessidade salvífica, teológica, porque nas suas intenções (que são aquelas do Pai), tinha a vontade de que também aquele povo, como todos os outros existentes, entrassem na ordem da salvação, tornando-se destinatário do anúncio do Reino e da vida nova trazida pelo Cristo.

A objeção dessa mulher: "Tu que és um judeu pedes de beber a uma mulher samaritana?" dá oportunidade a Jesus para anunciar o amor infinito de Deus, a universalidade da salvação e para comunicar a nova dimensão da vida, que agora está totalmente renovada e foi estabelecida com o Reino para todos os povos e indivíduos, homens e mulheres. Superam-se as barreiras, as restrições e as divisões étnicas e raciais.


A água tornou-se a motivação do anúncio. Vemos os vários episódios sobre ela como um símbolo e um "lugar" de salvação e novidade de vida. Recordemos isso como em Meriba, quando o povo de Israel, nômade no deserto, vê a água jorrar da rocha para saciar o povo. Também a vemos no dilúvio, quando a água é destrutiva da raça humana, que deu a oportunidade de Deus mostrar a sua misericórdia para com o homem e o mundo na restauração completa da humanidade. O grande sinal desse tempo no êxodo foi a passagem do Mar Vermelho, quando as águas foram divididas para o povo de Deus passar para o outro lado e depois se fecharam sobre os egípcios. Quando a lança do soldado atingiu o lado de Jesus no alto da cruz, saiu água e sangue: o sinal do Batismo e da Eucaristia.

É dessa mesma água de vida eterna que Jesus está falando com a mulher samaritana no poço de Jacó. Ele deixa claro que a água viva é o próprio Cristo, dom do Pai à humanidade, e que acolhendo-O se obtém a salvação e a vida plena, não importa se samaritanos, ou judeus, palestinos, gregos ou outros. Como a água que sacia todos os homens, e todos estão prontos para usá-la quando estão sob o domínio da sede, assim o Cristo sacia toda a humanidade, reconciliando-a com o Pai, para tornar-se referência vital e indispensável.
Jesus satisfaz a nossa fome e a nossa sede, e com a sua presença e o seu anúncio podemos ter a certeza de sermos exaltados e postos ao seu lado e perante o mundo. Foi o que saiu anunciando a Samaritana a todos.

Dessa água da vida e da salvação, todos nós precisamos! Saciar a sede na fonte, que é Cristo, é cultivar em nós mesmos o equilíbrio, a confiança, a constância de espírito, experimentando a salvação n'Ele.


Ao comentar a liturgia do terceiro domingo deste tempo favorável, o Papa Bento XVI ensina que: "O pedido de Jesus à Samaritana - ‘Dá-me de beber' (Jo 4, 7) -, que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da ‘água a jorrar para a vida eterna' (v. 14): é o dom do Espírito Santo, que faz dos cristãos ‘verdadeiros adoradores' capazes de rezar ao Pai ‘em espírito e verdade' (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, ‘enquanto não repousar em Deus', segundo as célebres palavras de Santo Agostinho".

Depois do anúncio da samaritana, todos os que chegaram até Jesus, devido ao seu testemunho, foram unânimes em dizer: nós mesmos vimos e sabemos que Ele é o Cristo!


A experiência do cristão, que renasce no batismo e se torna discípulo de Jesus, será ainda maior quando os que ele encontrar pela vida ou que evangelizar disserem a mesma coisa, ou seja, que o testemunho foi o início, mas, agora, amadureceram e se encontraram com o Cristo vivo. Assim, a nossa missão leva as pessoas ao aprofundamento da fé e ao encontro com Jesus, multiplicando os discípulos missionários.


Fonte:http://www.zenit.org/article-27589?l=portuguese

Vivonafé Notícias - Deus toca o coração do homem e espera paciente sua resposta, afirma o Papa



Vaticano, 27 Mar. 11 / 01:41 pm (ACI)

Um numeroso grupo de fiéis se congregou este domingo ao meio dia na Praça de São Pedro para rezar o Ângelus dominical com o Papa Bento XVI, quem antes da oração Mariana ressaltou que Deus respeita a liberdade de toda pessoa e por isso "toca seu coração e espera com paciência sua resposta".

"O cansaço de Jesus, sinal de sua verdadeira humanidade, pode ser visto como um prelúdio de sua paixão, com a qual nos realizou em plenitude a obra de nossa redenção", disse o Santo Padre ao meditar sobre o Evangelho de hoje, em que se narra o encontro de Cristo com a samaritana que vai ao poço a recolher água.

O Papa afirmou que "no encontro com a samaritana no poço, surge o tema da 'sede' de Cristo, que culmina no grito na cruz: 'Tenho sede'. Certamente esta sede, como o cansaço, tem uma fase física. Mas Jesus, como diz Santo Agostinho, 'tinha sede da fé daquela mulher', como da fé de todos nós".

"Deus Padre enviou Cristo para saciar nossa sede de vida eterna, dando-nos seu amor, mas para fazer este dom, Jesus pede nossa fé. A onipotência do Amor respeita sempre a liberdade do homem: toca à porta do seu coração e espera com paciência sua resposta".

O Pontífice refletiu sobre os símbolos presentes no encontro com a samaritana: "a água, alude claramente ao sacramento do Batismo, fonte de vida nova para a fé na Graça de Deus. Esta água representa o Espírito Santo, o 'dom' por excelência que Jesus veio nos dar de parte de Deus Pai. Quem renasce da água e do Espírito Santo entra em uma relação real com Deus, uma relação filial".

"Cada um de nós -disse o Papa- pode colocar-se no lugar da samaritana: Jesus nos espera, especialmente neste tempo de Quaresma, para falar com nosso, ao próprio coração. Detenhamo-nos em silêncio. Escutemos sua voz que nos diz: 'Se conhecesses o dom de Deus'".

"Que a Virgem Maria nos ajude a que não faltemos a este encontro, do qual depende nossa verdadeira felicidade", concluiu.

Ao final do Ângelus, o Papa dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa a seguinte saudação:

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa,
em particular a comunidade romana dos fiéis brasileiros, que está realizando a sua peregrinação quaresmal, e os alunos e professores do Colégio de São Tomás em Lisboa, que recordam a minha Visita a Portugal do ano passado. Agradecido pela vossa presença e união na oração, desejo a todos a água viva que Jesus ofereceu à Samaritana, dizendo-lhe que a mesma se torna uma fonte que jorra para a vida eterna. Que Deus vos guarde e abençoe!

Fonte:http://www.acidigital.com/noticia