sábado, 11 de junho de 2011

CF-2011 - No deserto, uma lição de consumo responsável


134. Deus libertou o seu povo da escravidão no Egito, pois o povo estava morrendo sob a mão forte do Faraó, e, Deus o libertou e o fez caminhar pelo deserto, onde zelou por seu povo. Moisés foi o guia e líder desta caminhada pelo deserto. O povo precisava de comida e recebeu o maná, “Moisés lhes disse: Isto é o pão que o Senhor vos dá para comer” (Ex 16, 15b). Entretanto, havia normas para evitar o desperdício e permitir que todos tivessem o necessário. Cada um só podia recolher o que de fato precisava, “Eis o que o Senhor vos mandou: recolhei a quantia que cada um de vós necessita para comer, um jarro de quatro litros por pessoa” (Ex 16, 16a). O que fosse acumulado a mais apodreceria, “alguns, porém, desobedeceram a Moisés e guardaram o maná para o dia seguinte; mas ele bichou e apodreceu” (Ex 16, 20).

135. Apodrecer é um símbolo das consequências do acúmulo do desnecessário. Quando o ser humano quer bens materiais em excesso, quando acumula, suscita “podridão” para na sua vida, na dos outros e na própria natureza. Deus havia planejado tudo para que a necessidade básica fosse atendida, tanto em relação à alimentação quanto ao descanso. Mas há os ambiciosos, os que querem acumular, ter mais. E o Senhor questiona: até quando recusareis guardar meus mandamentos e minhas leis? (Ex 16, 28). Se esse texto tivesse sido escrito hoje, provavelmente Deus perguntaria: até quando vocês vão desprezar a natureza, pela ambição de acumular e gastar, e assim, apodrecer o planeta irresponsavelmente?

136. Essa lição da caminhada do povo pelo deserto é interessante para a dinâmica de nossa sociedade e para cada um de nós pessoalmente. Segundo os estudiosos, hoje já gastamos recursos do planeta que ultrapassam a sua capacidade de se manter sustentável. Fala-se em 25% a mais em relação ao seu limite. O sistema capitalista atual e o modo de vida que vem sendo difundido são altamente consumistas e desperdiçadores. As pessoas querem acumular coisas e capital para além do que é realmente essencial à satisfação das suas necessidades, e se deliciam, inclusive com as coisas supérfluas.

Fonte: Texto base da CF-2011

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