quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Palavra de Deus e oração mariana


Verbum Domini


Exortação Apostólica pós-sinodal do papa Bento XVI aos bispos, ao clero, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, publicada no dia 30 de Setembro – memória de São Jerônimo – de 2010, sexto ano de Pontificado.

Palavra de Deus e oração mariana
88. Pensando na relação indivisível entre a Palavra de Deus e Maria de Nazaré, convido, juntamente com os Padres sinodais, a promover entre os fiéis, sobretudo na vida familiar, as orações marianas que constituem uma ajuda para meditar os santos mistérios narrados pela Sagrada Escritura. Um meio muito útil é, por exemplo, a recitação pessoal ou comunitária do Rosário,[302] que repercorre juntamente com Maria os mistérios da vida de Cristo[303] e que o Papa João Paulo II quis enriquecer com os mistérios de luz.[304] É conveniente que o anúncio dos diversos mistérios seja acompanhado por breves trechos da Bíblia sobre o mistério enunciado, para assim favorecer a memorização de algumas expressões significativas da Escritura relativas aos mistérios da vida de Cristo.
Além disso, o Sínodo recomendou que se promova entre os fiéis a recitação da oração do Angelus Domini. Trata-se de uma oração simples e profunda que nos permite «recordar diariamente o Verbo Encarnado».[305] É oportuno que o Povo de Deus, as famílias e as comunidades de pessoas consagradas sejam fiéis a esta oração mariana, que a tradição nos convida a rezar ao alvorecer, ao meio-dia e ao entardecer. Na oração do Angelus Domini, pedimos a Deus que, pela intercessão de Maria, nos seja concedido também cumprir a vontade de Deus como Ela e acolher em nós a sua Palavra. Esta prática pode ajudar-nos a intensificar um amor autêntico ao mistério da Encarnação.
Merecem ser conhecidas, apreciadas e difundidas também algumas antigas orações do Oriente cristão que, através de uma referência à Theotokos, à Mãe de Deus, percorrem toda a história da salvação. Referimo-nos particularmente ao Akathistos e à Paraklesis. São hinos de louvor cantados em forma de litania, impregnados de fé eclesial e de alusões bíblicas, que ajudam os fiéis a meditar juntamente com Maria os mistérios de Cristo. De modo especial, o venerável hino à Mãe de Deus denominado Akathistos – quer dizer: cantado permanecendo de pé –, representa uma das mais altas expressões de piedade mariana da tradição bizantina.[306] Rezar com estas palavras dilata a alma e dispõe-na para a paz que vem do Alto, de Deus – a paz que é o próprio Cristo, nascido de Maria para a nossa salvação.
Ref.

[302]Cf. Congr. para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Directório sobre Piedade Popular e Liturgia. Princípios e Orientações (17 de Dezembro de 2001), 197-202: Ench. Vat.20, nn. 2638-2643.

[303]Cf. Propositio 55.

[304]Cf. João Paulo II, Carta ap. Rosarium Virginis Mariae (16 de Outubro de 2002): AAS 95 (2003), 5-36.

[305]Propositio 55.

[306]Cf. Congr. para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Directório sobre Piedade Popular e Liturgia. Princípios e Orientações (17 de Dezembro de 2001), 207: Ench. Vat. 20, nn. 2656-2657.

Documento, na íntegra, em  http://www.vatican.va

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