sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O que pensava D.Estêvão Bettencourt

Se a pessoa acha que não tem pecado, precisa confessar?
 
Se a pessoa acha que não está suja, precisa tomar banho? Se ela estiver realmente suja, claro que sim. E olha que é chato ter que conviver com uma pessoa que não toma banho (às vezes até cheira mal) e acha que não precisa de banho.
 
Se eu roubasse de você todo o seu salário e achasse que isso não é pecado, precisaria devolver, ou poderia ficar comigo? Quando são os outros que pecam contra nós, somos os primeiros a reclamar “injustiça!”. Quando somos nós que pecamos contra os outros, somos os últimos a declarar “culpado!”.
 
Quem “acha” se nós temos pecado ou não, é Deus e não nós mesmos. É ele que nos diz o que é certo e o que é errado. Se aos homens fosse dado o direito de decidir o que é certo e o que é errado, isto justificaria qualquer ato: Eu poderia matar a você por ter feito esta pergunta, e se achasse que isto não é pecado, Deus não me condenaria.
 
Ora, isto também significa que qualquer um teria o direito de matar, roubar, estuprar, enganar no troco e não precisaria pagar por isto, desde que achasse que não tem pecado. O mundo seria uma loucura (um inferno, para bem dizer). “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Mas se confessamos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda maldade” (I Jo 1,8-9).
 
Se examinarmos constantemente a nossa memória, e compararmos os nossos atos com a Lei de Deus, logo saberemos se temos pecado ou não. Agora, se amortecemos a nossa consciência e buscamos nos esquecer das maldades que cometemos, fazemos isto na esperança de que Deus também “esqueça” e acabe deixando a gente entrar no céu por engano. Pois engano maior é achar que Deus pode ser trapaceado.
 
Deus quer que você vá para o céu, mas as ofensas que foram cometidas por você devem ser remediadas, pela confissão e pelo perdão que ele quer dar, ou pela sua condenação eterna. 



Dom Estêvão Bettencourt (Rio de Janeiro, 16 de setembro de 1919 - 14 de abril de 2008), batizado Flávio Tavares Bettencourt, foi um dos mais destacados teólogos brasileiro do século XX. Foi também monge da Ordem dos Beneditinos do Mosteiro de São Bento, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil


Fonte:http://peregrinosdejesus.org

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