segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que pensava D.Estêvão Bettencourt

A partir do momento em que me confesso estou livre dos pecados cometidos e confessados?
 
SIM! Que maravilha! Lembre-se do que Jesus disse à mulher que foi apanhada em adultério “Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Nem tampouco eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.” (Jo 8,10-11).
 
Deus esquece os nossos pecados, pois nos perdoou. Perdoar significa que ele não vai nos cobrar esta dívida nunca mais. Agora as conseqüências deste pecado permanecem: Se eu destruísse o seu carro, e depois me arrependesse e confessasse, eu seria perdoado, mas o seu carro continuará quebrado, exceto nas poucas vezes em que Deus, na sua bondade (para aumentar a nossa fé Nele), faz um milagre. Então, se não contarmos com a hipótese do milagre como a nossa única segurança, ainda será preciso que eu faça uma satisfação, ou compensação deste dano causado a você.
 
Se eu me recusar a reparar o dano que causei, quer dizer que na verdade não me arrependi. Por exemplo, se eu destruí o seu carro, tenho a obrigação de comprar um carro novo para você, para que a justiça se cumpra. Ou seja: Os seus pecados foram perdoados, e você está livre deles, mas não está livre das conseqüências do pecado, e deve desejar saná-las ao limite máximo possível para satisfazer a Justiça de Deus.
 
E olhe que estamos falando da justiça dos homens a respeito da perda de um carro! A justiça pela perda de um carro se paga com um carro. E qual será a compensação que a Justiça de Deus irá pedir pela perda de uma alma? É por isto que se faz penitência, para compensar a Justiça Divina pelos nossos pecados.
 
Por isso o verdadeiro perdão consiste em poder dizer: “Pai, no dia do juízo deste pobre coitado que me ofendeu, não quero que tu cobres dele as maldades que me fez, pois não quero ser eu o responsável pela condenação dele, pobrezinho! Se ele depender do perdão das faltas que ele cometeu contra mim para ir para o céu, por mim, pode ir!” 




Dom Estêvão Bettencourt (Rio de Janeiro16 de setembro de 1919 - 14 de abril de 2008), batizado Flávio Tavares Bettencourt, foi um dos mais destacados teólogos brasileiro do século XX. Foi também monge da Ordem dos Beneditinos do Mosteiro de São Bento, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil

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